Fazer do vestido de noiva um produto mais consciente. Essa é a proposta da estilista Patricia Granha, do Jardim Secreto Atelier, em São Paulo (SP), com a coleção Prêt-à-Porter. São dez modelos de vestidos de noiva que já saem do ateliê com a intenção de serem utilizados por um longo tempo, sem ter a ideia do descarte rápido ou do esquecimento no armário.
No período de até um ano após o casamento, a estilista convida a noiva a retornar ao ateliê para que o vestido se transforme em saias, tops ou, até mesmo um vestido curto despojado, ou com detalhes modernos, peças que serão usadas no dia a dia, no trabalho ou nos momentos de lazer.
Por trás da ideia, está a preocupação com as questões ambientais e sociais da indústria da moda que, nas últimas décadas, passou a produzir mais de 1,2 bilhão de gases de efeito estufa a cada ano. Por tudo isso, Patricia acredita que usar um vestido de noiva uma única vez é “um grande desperdício”.
“Comecei inserindo hábitos sustentáveis dentro de casa e quis transpor isso para o meu ambiente de trabalho.”
Com a nova prática do Jardim Secreto Atelier, a peça deixa de ser um “incômodo” no armário e estimula uma atitude mais consciente e responsável, entre as clientes. “Comecei inserindo hábitos sustentáveis dentro de casa e quis transpor isso para o meu ambiente de trabalho”, explica Patrícia. “Este projeto representa o mindset da minha vida, fazer mais com menos”, conclui.
“O vestido de noiva sustentável agrega, também, um viés emocional e inspirador.”
Com a coleção Prêt-à-Porter, Patrícia quer plantar a ideia do consumo consciente. “Ao mesmo tempo, mexo com o lado afetivo das mulheres em torno do sonho do vestido de noiva, já que, sempre que utilizarem as peças originadas de seus vestidos, virão à tona as memórias especiais do dia do casamento. Ou seja, o vestido de noiva sustentável agrega, também, um viés emocional e inspirador”, conta.
Os dez modelos foram inspirados em um conjunto de vestidos de noiva sob medida, feitos ao longo dos mais de dez anos do Jardim Secreto Atelier. Todas são numeradas e tem tiragem limitada. “Desta forma, mantenho o tom de exclusividade, uma característica importante do meu ateliê”, conta Patricia.
Cada vestido recebe um nome feminino. “Decidi fazer uma homenagem às noivas que já passaram por aqui; assim, cada um deles leva o nome da mulher que o adquiriu naquele determinado momento da história do atelier”, diz.