Pós-operatório: realidade ou fake news?

Por Gabrielle Pacheco

Um dos grandes receios de quem planeja realizar uma cirurgia é enfrentar o período pós-operatório. Apesar de procedimentos faciais, como rinoplastia, otoplastia e blefaroplastia, estarem entre as intervenções estéticas mais comuns entre os brasileiros – segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) -, incertezas e até mesmo informações falsas acabam por confundir quem busca saber mais sobre a recuperação, seus incômodos e também seus facilitadores.

Com orientações do Dr. Nelsoni de Almeida, médico otorrinolaringologista e membro da Academia Brasileira de Cirurgia Plástica da Face, confira o que, de fato, ocorre logo após as intervenções:

Dor: por mais surpreendente que seja esta constatação, a dor é inexistente em um pós-operatório bem conduzido. “O segredo para isso é driblar a dor antes mesmo de ela aparecer, fazendo uso de medicamentos analgésicos adequados”, explica o especialista.

Náuseas e vômitos: apesar de sua intensidade variar muito entre os pacientes, os quadros de mal-estar são recorrentes. Segundo o médico, “estes desconfortos surgem muitas vezes por conta da anestesia, mas a administração de medicamentos no mesmo momento do processo anestésico e com alguma duração no pós-operatório são suficientes para sanar as sensações desagradáveis”.

Infecção: este é um dos grandes medos após a cirurgia, mas a cautela médica oferece segurança. “No momento da cirurgia é administrada a primeira dose de antibiótico para contornar reações infecciosas. O tempo de uso destes remédios é variável, mas, em geral, segue no decorrer da primeira semana de recuperação”, orienta.

Roxos e edemas: efeitos comuns logo após um procedimento invasivo, especialmente em rinoplastias, os inchaços e as manchas roxas são indesejáveis. Mas o cirurgião tranquiliza: “é uma questão de tempo. Estes aspectos tendem a desaparecer logo após a primeira semana. De toda forma, a aplicação local de compressas de gelo é indicada para amenizar os desconfortos”.

Alerta para o uso de medicamentos

No chamado perioperatório, período que compreende a parcela de tempo entre a decisão da cirurgia e a recuperação do paciente, a atenção com o uso de medicamentos deve ser redobrada. Há contraindicações, por exemplo, de vitamina C e aspirina, cuja administração oral pode resultar em maior sangramento e comprometer a qualidade da cirurgia.

Outros remédios, porém, podem ser aliados na recuperação. Segundo o Dr. Nelsoni de Almeida, corticóides são bons exemplos. “Há evidências científicas de que essa classe reduz a incidência de roxos e edemas e também diminui incômodos como náuseas e vômitos”, aponta.

Outros recursos que ganham notoriedade com a confirmação de sua eficiência são o ácido tranexâmico, capaz de minimizar possíveis sangramentos durante e logo após os procedimentos; e arnica, que reduz manchas roxas.

Foto: Reprodução | Fonte: Assessoria
Publicidade

Você também pode gostar