Liderança humanizada é capaz de gerar conexões profundas

Por Marina Klein Telles

“Liderança humanizada é mais do que um modismo empresarial. Tem a ver com propósito e reciprocidade e significa pessoas cuidando de pessoas, sem assistencialismo ou vitimismo, para, juntas, gerarem resultados que correspondam”. A afirmação é de Wilson Calé, diretor-presidente da Face a face Treinamento e Desenvolvimento Humano e palestrante da primeira edição do Prato Principal da ACI em 2024, realizada nessa quinta-feira, 25.

O conceito ganhou força desde que o mundo se viu fragilizado diante dos impactos da pandemia da Covid-19. “Tivemos um choque de realidade em que fomos confrontados com os nossos mais profundos valores e novas prioridades, um impacto que descortinou possibilidades jamais imaginadas”, disse.

No Brasil, 500 mil profissionais pedem demissão por mês, o dobro do registrado nos anos anteriores à pandemia. “A evasão não para de crescer. Qual seria a solução? Sem dúvida, a liderança humanizada”, disse. Trata-se de algo, conforme Calé, bem mais complexo do que simplesmente agradar as pessoas e fazer com que sintam bem. Deixar as pessoas felizes na empresa não é o foco, mas a consequência! O objetivo é fazer com que cada interação humana possa ser um universo de possibilidades enriquecedoras.

Mas, para isso o líder, precisa do talento, da criatividade, do flow, da capacidade cognitiva, do comprometimento e do interesse do colaborador. Este, por sua vez, precisa de um espaço de trabalho que o respeite, que reconheça as suas capacidades e também suas fragilidades, que invista no seu desenvolvimento e transforme seu esforço em valor. “A liderança humanizada é o caminho para atingir isso”, destacou Calé!

Liderança humanizada requer entender de gente, que começa pela capacidade de gerar conexões profundas e escutar para entender e não para rebater, pois cada um tem a sua própria e exclusiva percepção de mundo.

Empatia centrada em valores

Não se trata de liderança romantizada, pois os resultados precisam corresponder. Implica em aprender a dar e receber feedback e ter planejamento estratégico. Tudo isso é mensurável e gerencial. Para ser humana e ter propósito, a liderança pode e deve ser treinada e ter empatia centrada em valores. Conforme Calé, a teoria de que os problemas ficam da porta para fora não se justifica mais. Atualmente, vida pessoal e profissional estão fundidas e entrelaçadas e, hoje, todos são trabalhadores em tempo integral, inclusive na sua própria casa.

Mundo Caos

Depois de ser Vuca e Bani, o mundo, agora, é Caos (Consciência, alinhamento, ordenação e silêncio). O caos sempre esteve presente, agindo como propulsor da evolução. Mas agora é diferente. Nunca na história da humanidade houve um declínio tão acentuado das habilidades cognitivas e, pela primeira vez na história, as empresas reúnem quatro gerações (X, Y, Z e Alpha) no mesmo ambiente de trabalho. Muitas delas não sabem lidar com os conflitos geracionais criados por esse grande marco.

A Geração Z (1997-2009) têm dificuldade de atenção, mas destaca-se pela conexão com propósito. A Alpha (2010-2025) consome mídias cada vez mais rápidas, lê menos e tem vício em telas. Nesse cenário, destaca-se a importância de olhar para si mesmo e para o outro. E entender o que faz sentido para ambos.

“Precisamos avaliar a nossa relação com o trabalho, que não é somente uma questão de subsistência, e está intimamente ligado com essência e realização. A liderança humanizada começa com a ideia que, ao liderar seres humanos, é necessário compreender as necessidades específicas desses. Reconhece a complexidade dos seres humanos e que lidar com gente não é tarefa fácil, mas busca decifrar o comportamento humano e, acima de tudo, estabelecer conexões profundas com as pessoas e promover a consciência e o estado de presença”, conclui Wilson Calé.

Foto: Divulgação | Fonte: Assessoria
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