Estados Unidos no radar do calçado brasileiro

Por Gabrielle Pacheco

As exportações de calçados para os Estados Unidos estão em alta este ano. Entre janeiro e julho, conforme dados da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), foram embarcados para aquele mercado mais de 7 milhões de pares, que geraram quase US$ 120 milhões, incrementos de 33,3% em volume e de 40% em receita no comparativo com igual período do ano passado.

Os bons números embalaram a participação de 13 marcas nacionais na mais recente edição da FN Platform, maior feira de calçados da América do Norte que aconteceu entre 12 e 14 de agosto, em Las Vegas. O apoio da iniciativa foi do Brazilian Footwear, programa de fomento às exportações de calçados mantido pela Abicalçados em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil).

A analista de Promoção Comercial da Abicalçados, Ruisa Scheffel, que acompanhou a participação, destaca que as marcas saíram satisfeitas com negócios efetivados e alinhavados durante o evento, além de contatos que devem se refletir em vendas até o final de 2019. Conforme relatório da entidade, foram comercializados mais de 100 mil pares nos três dias de eventos, 25% mais do que na edição do ano passado.

A receita gerada, in loco, chega a mais de US$ 750 mil. Para os próximos meses, em negócios alinhavados, devem ser vendidos o equivalente a mais US$ 1,87 milhão, somando um total de mais de US$ 2,6 milhões em negócios gerados pela participação.

A representante da Carrano nos Estados Unidos, Nilsara Piereck, destaca que a feira foi importante, especialmente pela abertura de novos clientes. Segundo ela, os negócios foram turbinados pela guerra comercial instalada entre Estados Unidos e China, que fez com que importadores locais buscassem alternativas aos calçados chineses com receio do aumento das tarifas de importação.

No último dia 13 de agosto, portanto durante a mostra, o Escritório Americano de Representação Comercial anunciou a lista final de produtos importados da China que receberão adicional tarifário de 10%, entre eles alguns tipos de calçados – que terão uma tarifa aumentada de 17% para 27%.

Segundo Nilsara, existe uma preocupação muito grande do importador de calçados dos Estados Unidos, com o encarecimento dos produtos asiáticos em função das novas tarifas. “A tendência do mercado, dependente das importações, é se ajustar, buscando produtos de fornecedores fora da China, o que abre oportunidades para o calçado brasileiro, especialmente de couro”, avalia a representante.

Foto: Reprodução | Fonte: Assessoria
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