ESG Experience reúne lideranças em Santa Cruz do Sul

Por Marina Klein Telles

Ricardo Voltolini, CEO e fundador da consultoria Ideia Sustentável, fez a palestra de abertura da primeira edição do ESG Experience, na terça-feira, 3 de outubro, no Auditório do Memorial da Unisc, em Santa Cruz do Sul (RS). Promovido pela ACI, o evento contou com a participação de diversas lideranças empresariais da região.

Voltolini retratou os desafios e tendências de sustentabilidade e ESG. “Hoje é um tema que está na moda, mas que existe há muitos anos. Já se chamou Investimento social privado, Responsabilidade social Corporativa, Sustentabilidade – em duas versões – e, mais recentemente, ESG, conceito que nasceu em 2004, mas somente em 2019 as empresas trouxeram para si a discussão de que é necessário colocar o propósito à frente do lucro”, disse.

Segundo ele, nunca se falou tanto em sustentabilidade porque nunca houve tantos fatores de pressão, em especial, as mudanças de climáticas – sobre as quais já sentimos consequências batendo à porta – e as novas gerações que começam a assumir o poder. “Os millenials já vêm com um chip geracional pró-sustentabilidade. Essa nova maneira de ver o negócio pode acelerar as mudanças”, acentuou. Outros pontos destacados pelo palestrante:

Empresas mais diversas e inclusivas são mais saudáveis, melhores de trabalhar e mais inovadoras. “Mas não basta ter ‘projetinho’, é preciso ter plano e metas com ações afirmativas e tema cada vez mais ligado à reputação empresarial”, comentou. Saúde mental dos colaboradores: o Brasil está entre os que mais utilizam psicotrópicos. A tendência é que as empresas aumentem programas e ferramentas de diagnóstico e prevenção.

Na área ambiental, destaque para a gestão de emissões, de água, de energia e de resíduos. “Empresas que não tiverem plano de ação concretas para resolver estes temas, não podem falar sobre ESG. São temas essenciais, em especial a descarbonização. O carbono é um risco para a humanidade e representará um custo crescente para os negócios”, lembrou.
Convergência da estratégia de ESG com a de negócio, com adoção metas, métricas e compromissos públicos. “E se a empresa realmente quiser fazer a diferença, utilize a remuneração variável condicionada aos resultados em ESG”, sugeriu.

Cases de ESG voltados para a área a Social foram abordados por representantes das entidades Mais Diversidade e Mestre Carpinteiro, e da empresa Alliance One Brasil, que trouxeram falas sobre pertencimento, diversidade, empreendedorismo e impacto social das estratégias voltadas ao social. “É preciso um novo tipo de liderança orientada por valores e que seja mais cuidadora, mais inclusiva, transparente e ecocêntrica. E cada um de nós pode contribuir no âmbito da nossa própria vida pessoal e profissional”, finalizou.

A mudança climática foi tema de palestra da advogada Alessandra Lehmen, sócia da Juchem Advocacia, encerrando a programação na parte da manhã. “Pensar em ESG como ação voluntária já não é mais possível. Estamos cada vez mais falando de regulação, com normas e requisitos que estão sendo exigidos para comercialização de produtos, para liberação de financiamentos e licenciamentos, bem como de autorregulação, com compromissos voluntários, exigências de clientes e consumidores. São condicionantes que impactam diretamente no negócio. Se eu me mover mais rápido, terei uma vantagem competitiva importante”, avalia.

Na parte da tarde, cases de ESG voltados para a área ambiental foram discutidos com a participação de representantes das três maiores cigarreiras instaladas no Brasil (Philip Morris, BAT e JTI), da Corsan e da Azul Conecta. Sustentabilidade e inovação para um futuro sem fumaça; avanços à proteção da biodiversidade; agricultura sustentável para pequenas propriedades; programa de pagamento por serviços ambientais e inovação focada em sustentabilidade foram os temas discutidos pelos painelistas.

Iro Schünke, presidente do Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (SindiTabaco), participou do momento voltado aos cases de Governança, juntamente com outros três painelistas: Jorge Hoelzel Neto, facilitador de direção e presidente do conselho consultivo da Mercur; Luiz Motta, diretor presidente na Excelsior Alimentos; e Fabíola Eggers, gerente de Relações Institucionais da Fruki.

Em sua apresentação, Schünke detalhou as iniciativas do setor do tabaco no âmbito do ESG e destacou a importância do Sistema Integrado de Produção de Tabaco para alcançar resultados efetivos nos diferentes pilares do ESG: social, ambiental e de governança. “Nosso modelo de integração é um diferencial competitivo que une os elos da cadeia produtiva com o propósito de entregar um produto de qualidade e integridade, mas mais do que isso, juntos, esses elos ativam as boas práticas do ESG, muitas vezes de forma inovadora e pioneira”, comentou o executivo.

Foto: Divulgação | Fonte: Assessoria
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